“Se Deus
não existe,
tudo é permitido”
Walmir
Barbos*
Eu falei que a vida pessoal de uma
pessoa pública reflete negativa ou positivamente na sociedade, num falei? Lamentável o ocorrido, principalmente pela
perda de uma vida. Estou falando, mais precisamente, de
um fato, onde tragicamente uma vida foi ceifada, ocorrido na cidade de Macau e
envolvendo familiares do Prefeito eleito.
Criou-se uma celeuma entorno dos
comentários, acerca do fato, pois uns atribuíam à politicagem e outros à falta
de respeito às famílias envolvidas.
Ocorre que, não estamos em eleição e
o Prefeito está eleito, e ainda, no mesmo dia, esse acontecimento ser tema de
reportagem em TV, Jornais impressos, Blog’s etc., portanto, de domínio público
e nenhuma relação de desrespeito ou outra conotação tem sentido. Não tem.
Ficar jogando a questão pra ceara
política, só prova que todo político deve satisfação ao povo. Seja qual for sua
atitude.
Deixar de falar ou não, suscitar
dúvida ou não, não vai voltar às coisas ao estado anterior e, também, não vai
fazer passar a dor dos familiares. Lamento o ocorrido, lamento. Mas é um fato
que já teve repercussão até na TV, como disse antes. Então por que eu sou o
errado, injusto ou desrespeitador? Por quê?
O fato direto que desencadeou a tragédia,
se sabe, foi uma discussão entre as envolvidas: irmã da atual esposa do Prefeito
eleito e uma sobrinha dele. Mas o fato indireto, também sabemos, foi uma
atitude contra os bons costumes e moralmente reprovável, onde o Prefeito eleito
deixou sua esposa, logo após sua vitória. Mesmo utilizando do valor família
durante a campanha, pois sabia que a sociedade reprovaria sua atitude.
Realmente culpa no sentido criminal
do termo, não é o caso. Teria culpa nesse sentido se agisse em coautoria ou
como partícipe. Como não foi o caso, não há culpa no sentido criminal do fato.
Agora, onde eu quero chegar é na
questão moral do deve ser em sociedade.
Veja o que diz Fernando Henrique
Cardoso, sociólogo e ex-presidente do Barsil:
Há uma demanda crescente de respeito por parte dos
cidadãos. Estes aderem a valores não como decorrência automática de serem patrões,
empregados, ricos, pobres, pertencerem a esta ou àquela organização, mas por
motivos morais e culturais.
Toda situação em sociedade tem uma
causa e uma consequência, sendo que a sociedade cobra de todos nós. Sendo
assim, pergunto: qual foi o fator desencadeador e que propiciou, indiretamente,
essa tragédia? Foi exatamente uma atitude contrária aos bons costumes em
sociedade, pode acontecer com qualquer uma? Pode.
A dimensão é mais ampla porque os
fatos envolvem uma pessoa pública que utilizou o valor família e em seguida
mostrou-se outra coisa. É isso que tento explicar, isso. Não há culpa
criminalmente, mas, certamente, há uma causa que desencadeou todo o
acontecimento, culminando com essa tragédia, isso sim.
A sanção social existe e sempre
existirá, vivemos em sociedade não há como se livrar. Hipocrisia ou não, o fato
é reprovável.
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