Pesquisa mostra que quase 20% dos viciados morrerem em menos de cinco anos.
Um drama recorrente atinge milhares de famílias em todo o Brasil. É o consumo de drogas. Onde vamos parar? O vício não livra crianças, idosos, ninguém.
Um psiquiatra da Universidade Federal de Medicina de São Paulo acompanhou mais de cem viciados em crack e viu quase 20% deles morrerem em menos de cinco anos. É um desespero para as famílias.
A menina sorridente e carinhosa nas fotos é uma lembrança que Silvana Marques sonha reviver. "Era tão linda", lembra a mãe Silvana Marques.
A filha Sheyla, hoje com 27 anos, se envolveu com drogas ainda na adolescência e passou a roubar. Ela foi presa três vezes, internada em clínicas de reabilitação, mas fugiu de todas.
"Essa droga é devastadora. Deixa a pessoa sem caráter, sem raciocínio, sem amor, sem nada", lamenta a mãe Silvana Marques.
Há um ano Sheyla não vê a família. As duas filhas dela ficaram com a avó em São Paulo. "A droga foi mais forte que a vontade dela de se ajudar", diz a irmã Ana Paula Marques.
Um psiquiatra da Universidade Federal de Medicina de São Paulo acompanhou mais de cem viciados em crack e viu quase 20% deles morrerem em menos de cinco anos. É um desespero para as famílias.
A menina sorridente e carinhosa nas fotos é uma lembrança que Silvana Marques sonha reviver. "Era tão linda", lembra a mãe Silvana Marques.
A filha Sheyla, hoje com 27 anos, se envolveu com drogas ainda na adolescência e passou a roubar. Ela foi presa três vezes, internada em clínicas de reabilitação, mas fugiu de todas.
"Essa droga é devastadora. Deixa a pessoa sem caráter, sem raciocínio, sem amor, sem nada", lamenta a mãe Silvana Marques.
Há um ano Sheyla não vê a família. As duas filhas dela ficaram com a avó em São Paulo. "A droga foi mais forte que a vontade dela de se ajudar", diz a irmã Ana Paula Marques.
O último contato foi em janeiro, por telefone. De campinas, Sheyla avisava que estava grávida e feliz. Na verdade, a filha de Silvana tinha se afundado ainda mais no vício. A mãe ficou chocada quando a reconheceu entre usuários de crack flagrados no centro de Campinas.
"Vi a reportagem e meu espírito saiu da carne. Nenhuma mãe quer ver isso”, conta a mãe Silvana Marques.
Em cada casa onde há um dependente de crack, os depoimentos são os mesmos. A família sofre não só com as atitudes agressivas da pessoa sob o efeito de drogas ou com os pequenos furtos. Mas também por ver alguém querido deixar sua rotina de estudo ou trabalho para viver em busca do crack e, por causa dele, ir definhando a cada dia. O pior é a sensação de impotência, de não conseguir ajudar a quem ama.
Quando soube que o filho mais velho fumava crack, o vigilante tentou ser rígido: “Cortei toda a liberdade dele. Privei-o de todos os passeios, videogame, computadores, de tudo. Mas mesmo assim não adiantou. Ele quebrou as portas, arrancou as fechaduras”.
Uma mãe de Piracicaba também não conseguiu controlar o filho dependente da droga. Desesperada, ela decidiu acorrentá-lo e, por isso, e vai responder inquérito por maus tratos: "Falam que é errado fazer isso com ele porque ele tem 13 anos, mas eu prefiro fazer isso do que ele aparecer morto".
O pesquisador Marcelo Ribeiro, que acompanhou 131 usuários de crack internados em clínicas de reabilitação, explica que a dependência dessa droga, além de debilitar a saúde, expõe o usuário a situações de alto risco: 18,5% dos pacientes acompanhados por ele morreram em menos de cinco anos, 60% foram assassinados, 10% vítimas de overdose e 30% em decorrência de aids.
Para o psiquiatra, não há tratamento eficiente sem atendimento especializado e, principalmente, apoio da família, nos períodos de abstinência da droga.
“Uma parte significativa desses pacientes que resolvem parar consegue", garante o psiquiatra da Unifesp Marcelo Ribeiro.
Silvana Marques já tentou de tudo e não perdeu a esperança. Embora não saiba onde a filha está, nem tenha dinheiro para procurá-la, ainda não desistiu de lutar por ela: “Deus há de abrir uma porta".
Dos 131 pacientes acompanhados pelo psiquiatra da universidade federal, 43 conseguiram se manter longe da droga por um ano. Mas, apenas 25 mantiveram a abstinência por mais de dez anos.
O menino que havia sido acorrentado pela mãe começa agora esse caminho difícil. O dono de uma clínica particular de recuperação, sensibilizado com o caso, ofereceu tratamento gratuito. O menino já foi para a clínica.
Fonte: g1.globo.com/bom diabrasil
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